Moradores do Sem Terra reclamam de poeira de estrada de terra

Moradores do Sem Terra reclamam de poeira de estrada de terra

Moradores da Rua Moacir Antônio Cezarin, próximo a esquina com a Avenida Antenor Cortelazzi, reclamam da quantidade de poeira proveniente da estrada de terra que liga Rio das Pedras a Saltinho. De acordo com os vizinhos, o bairro Vitório Cezarino (Sem Terra) fica coberto de poeira vermelha nos dias mais secos em virtude do movimento de veículos.
A maior parte do movimento é de pessoas que vão ao espaço de 5 mil metros quadrados que deveria abrigar um ecoponto, cerca de 500 metros distante do fim do asfalto. Dos veículos pesados, de acordo com moradores, o trânsito mais frequente é de caminhões e tratores puxando pequenas carretas para descarte de entulho recolhido na área urbana na cidade.

Moradores, que pediram para não serem identificados pela reportagem por medo de represálias, reclamam da quantidade de poeira. “Além da sujeira, que deixa o piso escorregadio e roupas estendidas duras, tem os problemas respiratórios principalmente em crianças”, disse uma moradora que tem uma filha com necessidades especiais.

O vizinho ressalta: “a Prefeitura tem três caminhões pipa parados na Garagem Municipal. Quando pedimos para molhar a estrada, uma hora não tem motorista, na outra não tem água. Se é a Prefeira que mais usa a estrada, por que não molha? Penso até em me mudar por causa da poeira, mesmo eu gostando do bairro. Na próxima semana eu vou no Ministério Público denunciar a situação”.

Outra vizinha afirma que se não estivesse pagando aluguel, já teria se mudado. “Não é só a poeira, tem a fumaça do fogo que algumas pessoas tacam (ateiam) no mato que está alto e seco. Toda sexta-feira sobe uma fumaça preta de lixo que tacam fogo no ecoponto”, relata a moradora.

“Tem dias que meu filho fica tossindo e espirrando. Chega a faltar da escola por problemas respiratórios. Tem noite que não dorme porque precisa fazer inalação e usar bombinha de 30 em 30 minutos”, diz uma mãe.

Moradores afirmam ter feito abaixo-assinado e protocolado junto à Prefeitura com pedido para que a Prefeitura molhe a estrada de terra e tome demais providências para amenizar a poeira. Contudo, contam que não receberam qualquer resposta.

Ecoponto
A proposta inicial era de que o ecoponto recebesse material para reciclagem e o correto descarte. O local deveria receber, de forma organizada, restos de material de construção, madeiras, lâmpadas fluorescentes, móveis usados, pneus, poda de árvores, equipamentos eletrônicos, pilhas e baterias. Contudo, o espaço se tornou um grande lixão. Não há nenhum funcionário ligação a Administração Municipal para organizar o despejo de material.
Em março, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) realizou inspeção no local e constatou a necessidade de melhorias na operação, em função do acúmulo excessivo de materiais. A agência ambiental afirmou estar em tratativas com o Município para adequar ecoponto.

Obra inacabada
No início da estrada de terra, em meio ao mato alto, uma placa do Governo Estadual informa uma obra da Secretaria de Agricultura e Abastecimento vinculada ao Programa Melhor Caminho. De acordo com o outdoor, o objetivo seria para recuperação e adequação de estradas rurais. O início teria sido no dia 25 de julho de 2022, com prazo de 90 dias e investimento de R$ 1,3 milhão.
Questionada, a secretaria estadual informa que a obra está paralisada com 13% de execução desde a gestão anterior (do governador Rodrigo Garcia). De acordo com a nota encaminhada, a obra será relicitada: “seguindo os ritos legais, os serviços devem ser reiniciados ainda em 2024, com a conclusão dos 7,8 quilômetros previstos”.

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