Uma mãe e seu filho com deficiência auditiva de 8 anos passaram por apuros na noite desta terça-feira (4). De acordo com o pai da criança, que pediu para não os identificar por medo de represálias, o transporte disponibilizado pela Prefeitura de Rio das Pedras teria esquecido ambos no Centro de Reabilitação de Piracicaba. Sem telefone celular e sem a possibilidade de chamar um carro de aplicativo, a mãe se viu obrigada a voltar para Rio das Pedras de ônibus.
A criança faz acompanhamento há 3 meses no Centro de Reabilitação. O atendimento com fonoaudiólogo começou em outubro. Durante esse período, a família contou com o transporte de pacientes disponibilizado pela Prefeitura.
O pai conta que na tarde de terça, às 13h50, um carro da Administração Municipal buscou sua esposa e filho para consulta, que estava agendada para às 14h30. Com o atendimento finalizado, o pai informou a Garagem Municipal às 15h56 que ambos estavam liberados. 27 minutos depois, por meio de mensagem do WhatsApp, foi informado que o motorista iria buscar mãe e filho. Depois disso começou a angústia de pai, mãe e filho.
Como o Centro de Reabilitação fecha às 18 horas e por ser em um lugar sem muita movimentação de pessoas e escuro, a mãe pediu para que as funcionárias de espaço piracicabano entrasse em contato com a Garagem Municipal de Rio das Pedras por telefone. Sem sucesso, e sem celular para chamar um motorista de aplicativo, a mãe aguardou por mais alguns instantes.
Em Rio das Pedras, o pai chegou em sua residência vindo do trabalho às 18h30 e verificou que sua esposa e filho não haviam chegado ainda. Preocupado, ligou para o WhatsApp da Garagem às 18h45 e às 18h50, sem resposta. Pelo telefone fixo, conseguiu contato. “As 18h30, quando cheguei em casa, vi que eles não haviam chegado ainda. Liguei para a Garagem e me informaram que o motorista estava em Piracicaba ainda. Imaginei teve que estava pegando mais pessoas, até aí normal. Mas, às 19h25, nada deles chegarem. Então liguei de novo na Garagem e me informaram que haviam esquecido de passar pegar eles”, relata o pai.
Mãe e filho chegaram em casa somente às 20h25, após uma longa jornada de ônibus. “Minha esposa chegou em casa super cansada, preocupada também com nossa filha recém nascida que ficou com a minha mãe. Muita coisa ruim passou pela minha cabeça até minha esposa e filho chegaram”, completa.
Trauma
Na terça-feira foi uma consulta específica com um profissional fonoaudiólogo. A criança de 8 anos faz acompanhamento semanal, com atendimento sempre às quartas-feiras. Por conta do transtorno ocorrido, o pequeno paciente disse à mãe que não queria mais ir ao Centro de Reabilitação. “Disse que está com medo de ir porque o homem esquece de buscar”, conta o pai. A mãe conversou com a criança e a convenceu da importância de continuar o tratamento.
Resposta da Prefeitura
A reportagem do jornal O Verdadeiro entrou em contato com o Departamento de Comunicação da Prefeitura para ouvir o lado da Administração Municipal e questionar quais providências seriam tomadas a respeito da situação relatada. Contudo, até o encerramento desta matéria, nenhuma resposta foi encaminhada.









