Mães de estudantes diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram à Câmara Municipal de Rio das Pedras na última segunda-feira (2) para reclamar da falta de acompanhamento das crianças por professores auxiliares nas escolas municipais. As mães relataram alguns descasos ocorridos com os alunos.
“Ao relatar que a criança estava sem professor auxiliar, a coordenadora teria rido da mãe e falado para que se contentasse com o que tem disponível, pois no ano que vem o prefeito irá tirar tudo das crianças autistas, como sala AEE para atendimento à estudantes especiais, estagiários, professores especializados entre outros. A coordenadora teria dito ainda que criança autista não terá mais nenhum atendimento especial porque precisa ser tratada como uma criança normal”, conta Naiâmara Pauluk, que representou um grupo de mães atípicas.
Nos últimos dias, o filho de Michele Fontes teve uma crise durante o intervalo na escola, quando roubaram seu lanche. A criança ficou muito nervosa, se tornou agressivo e começou a quebrar coisas a seu redor. Ninguém conseguia segurar o aluno. Um outro menino desferiu um soco no estômago do autista, que ficou ainda mais nervoso.
A mãe Flávia Regina da Silva mostrou um áudio que teria sido encaminhado pela professora de seu filho, após uma confusão na escola. “Eu tenho especialização em criança especial, nós somos auxiliares e não babá. Ele é grande e você sabe, como eu disse para você. A gente não tem como ficar grudada nele e ele estava bem. Muitas vezes TOD faz porque quer. Ele estava bem, fizemos todo o necessário para ele ficar bem. Por maldade ele fez, porque infelizmente tem hora que ele faz isso”, disse a professora.
Já Maria Josilene Barboza da Silva, mãe de uma criança TEA não verbal, contou que por diversas vezes o filho chega na escola às 7 horas da manhã e por volta das 9h30 a escola telefona pedindo que a mãe vá busca-lo. Quando ele chega perto da porta da escola começa a chorar porque não quer ir embora.
“Tem crianças que não fala, não conseguem pegar num lápis. Precisam de acompanhamento e alguns profissionais da educação fazem como se a criança estivesse fazendo birra, sendo mal educada. Essas crianças precisam de atenção urgente”, ressaltou Naiâmara Pauluk, que irá protocolar um ofício junto à Câmara para relatar alguns fatos ocorridos, conforme orientação dos vereadores. “Espero que os vereadores apurem os fatos, cumpram seu papel que é de fiscalizar”, finalizou Naiâmara.









