Mãe faz BO contra funcionário da Prefeitura por desvio de leite fornecido pelo Estado

Funcionário retirou 16 latas de leite, sendo que prescrição era para 10 unidades. Foto: Alex Calmon

Mãe do pequeno Gabriel, de 4 meses, Lilian Regina da Silva fez Boletim de Ocorrência (BO) junto à Delegacia de Polícia Civil para apurar um possível desvio de leite fornecido pela Farmácia de Alto Custo. Gabriel tem Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV), por isso faz uso de dez latas do leite Neocate por mês, que custa cerca de R$ 300 cada. De acordo com Lilian, um funcionário da Secretaria da Saúde de Rio das Pedras retirou 16 latas do leite e não entregou nenhuma para a família.

“No dia 20 de maio, recebi uma mensagem da farmácia de Alto Custo de Rio das Pedras, informando que o leite do meu filho estava em falta, mas que conseguiram 4 latas por doação para que meu filho não ficasse sem leite neste período. Como de costume, meu marido foi na farmácia e retirou essas doações. Porém, no dia 26 de maio, recebi mensagens da mesma farmácia me notificando que um funcionário da prefeitura de Rio das Pedras se dirigiu até a DRS em Piracicaba e retirou 16 latas do leite Neocate em nome do meu filho sob a alegação de que iria entregar na minha casa. Diante destas informações, fiquei atônita, pois não recebemos nenhum leite, além das 4 latas de doação, muito menos foi entregue em nossa casa”, conta Lilian.

A mãe de Gabriel procurou a DRS X Piracicaba, órgão do Governo do Estado que atende a região, para apurar a situação. No comprovante de retirada do leite, assinado pelo funcionário da Secretaria Municipal da Saúde, algumas informações estavam erradas, como o endereço da família, dado como sendo em um terreno onde uma empresa guarda caminhões. Além disso, a prescrição médica que é para dez latas de leite, foi aumentada para 16.

“A única prescrição que ele tem e que foi feita pela pediatra dele é de dez latas, que são suficientes para suprir a necessidade dele e que não mudou até hoje.

Quando tomei conhecimento destes fatos, o funcionário já havia retirado os leites fazia 11 dias, tempo muito mais que suficiente para que ele me procurasse para entregar os leites, considerando que este é o alimento do meu filho do qual não pode ficar sem. Por causa desta situação fiquei indignada, não consegui acreditar que tudo isso estava acontecendo com meu filho, um bebê de apenas 4 meses”, explica Lilian Regina.

Diante dos fatos, a mãe de Gabriel foi ao 2º Departamento de Polícia de Piracicaba e registrou BO. Lilian também procurou a reportagem do jornal O Verdadeiro para tornar público o que aconteceu com seu filho. Outra medida será a procura pelo Ministério Público para que os fatos sejam apurados pela Justiça.

“Só quero que esta situação seja resolvida e que isso não volte a acontecer nem comigo nem com ninguém”, finaliza.

 

O que diz o Município

A Secretaria da Saúde de Rio das Pedras informou que a retirada de 16 latas do leite Neocate foi realizada para suprir a necessidade de atendimento de outros pacientes e, para isso, foi feito um remanejamento.

 

O que diz o Estado

A reportagem do jornal O Verdadeiro também questionou o Governo do Estado a respeito do ocorrido. Por meio de nota, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Piracicaba lamentou o ocorrido e informou que uma apuração interna será instaurada para investigar os fatos relatados pela mãe de Gabriel.

“O DRS esclarece que cada município da região recebe, mensalmente, um lote de medicamentos para o atendimento das demandas dos pacientes cadastrados para dispensação em sua localidade. A quantidade dos insumos disponibilizados é verificada por um colaborador do DRS e da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) do respectivo município, que registra o recebimento do documento de conferência dos quantitativos recebidos. A distribuição aos pacientes é sempre feita e organizada pela SMS”, diz a nota.

De acordo com o DRS, entre janeiro e maio deste ano foram distribuídas 704 latas de Neocate para atender a demanda de Rio das Pedras, o que representa, em média, 141 latas por mês para o atendimento da necessidade de 23 crianças. A quantidade de medicamento disponibilizada aos pacientes cadastrados no sistema estadual é determinada de acordo com a prescrição médica apresentada.

“As receitas médicas emitidas precisam ser reavaliadas periodicamente e atualizadas no sistema de cadastro dos usuários das Farmácias de Medicamentos Especializados (FME). No sistema estadual ficam registrados o nome do paciente, a data, a assinatura de quem retirou o insumo e a quantidade de medicamento dispensado”, conclui o DRS.

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