A morte de milhares de peixes no Rio Piracicaba chocou moradores e turistas no último domingo (7). A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) coletou amostras de água e, após análise, comunicou que houve despejo irregular de resíduos industriais. A origem da substância poluente e tóxica foi identificada, vindo da Usina São José, que processa açúcar e álcool. O material foi despejado no Ribeirão Tijuco Preto, que deságua no Rio Piracicaba.

A Cetesb afirmou que equipes da companhia monitoram a operação da Usina São José S/A Açúcar e Álcool, responsável pelo problema, para evitar novos despejos. Segundo a Companhia, o despejo foi interrompido e exigiu que fosse feita a limpeza dos resíduos empoçados em alguns trechos do rio.

A Prefeitura de Piracicaba afirmou que acionou o Ministério Público para investigar a morte dos peixes após despejo irregular de resíduos agroindustriais vindos da Usina São José. A Promotoria de Justiça Cível de Piracicaba informou que o caso será apurado. De acordo com a Cetesb, pelo crime ambiental é prevista multa no valor de R$ 50 milhões aos responsáveis.

Já a Prefeitura de Rio das Pedras declarou que a fiscalização de empresas de grande porte é feita pela Cetesb e não pelo Município. “A Prefeitura fará a fiscalização das coisas pertinentes a ela, como alvará de funcionamento”, se limitou a dizer a nota.

A Administração Municipal de Piracicaba disse que fará a retirada dos milhares peixes mortos à margens do Rio Piracicaba em ação conjunta com Polícia Ambiental, acompanhados da Cetesb e do Comitê PCJ. A substância originária de Rio das Pedras atingiu área de 42 quilômetros de extensão, entre o local do lançamento no Ribeirão Tijuco Preto até o leito do Rio Piracicaba, na região da Rua do Porto.

O prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida, afirmou que acionará a administração municipal de Rio das Pedras para que providências mais sérias sejam tomadas em relação ao caso e exigirá o repovoamento dos animais no Rio Piracicaba. “Temos informações de recorrência de descarte através do Córrego do Tijuco Preto. Então, exigiremos que sejam tomadas medidas mais eficientes para que não ocorram e que os responsáveis sejam prontamente penalizados”, afirmou.